domingo, 15 de agosto de 2010

seja medo, seja inveja. não sei bem. há tempos não venho sendo o que eu era, ou talvez seja; o que mudou talvez tenha sido somente os arredores. o que costumava estar ali não está mais, o que era muito animado hoje se chama monotomia. casa, trabalho... vícios. restou de mim um purê sem graça das melancolias e dos gostos. falta hoje em mim aqueles companheiros que um dia tive ou que hoje poderia ter. perdi a moral com o social. meus olhar penetra apenas na máquina iluminada do meu quarto, e eu reajo como se fosse tudo legal, mas sem graça. assim: legal. aliás, legal é uma alavra bem... chata. sendo assim, legal não é algo que deveria ser legal. não para mim. que seja. minhas baladas são baladas de sino ao ir dormir, minha bebida é água purificada com limão, meu vestígios de alegria são risadas de lado de alguma coisa idiota, meus amigos são ursinhos de pelúcia, meu melhor amigo minha sombra. todos sumiram para mim. o que fazer da discompensação de um relacionamento unilateral? deixá-lo bilateral, multilateral, infernizá-lo? vinte anos, quase, e o gosto da terra úmida e dos vermes nojentos já me angustiam na boca. voltar a viver agora só cabe a mim. como? eu já não sei.

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